Pensamentos - Justiça

Huguel, amanhecia naquela cidade e o burburinho das pessoas ja se tornava costumeiro. Falavam de incendios, ataques de monstros, pessoas estranhas na cidade, tudo isto e muitos outros fatos que, aumentados ou diminuidos, tornavam o clima tranquilo do lugar em um momento de tensão sufocante. De repente alguns homens anunciaram aos berros que as ameaças foram contidas e que Huguel estava em paz novamente. Como uma benção, as pessoas começavam a retirar certas preocupações de seus corações, ainda assim o estrago estava feito. O dano que aquela cidade sofreu estava ali e pessoas eram enterradas, viúvas e órfãos eram forjados naquela atmosfera, enquanto alguns homens tratavam suas cicatrizes e queimaduras.

Marteladas eram escutadas próximo a igreja, dadas por um homem se encontrava no telhado, buscando reerguer a construção. A madeira não seria o suficiente visto que não era a primeira vez que a casa sagrada entrou em chamas na mesma semana e as pessoas, que costumavam se reunir em 2 grupos de sete para reerguer a igreja, já não estavam mais dispostas a tal ato. Alguns dos homens morreram, outros foram incapacitados para poder continuar a tarefa e o restante estava com sua esperança destruída em pedaços, como um vidro fino sendo apresentado a uma pedra. Apenas um homem estava lá martelando persistentemente, se perguntassem seu nomeele responderia prontamente atender por uma palavra: Justiça.

Conforme continuava sua tarefa, ele relembrava como tudo isto começou, o inexplicável que o fez adentrar aquela casa, as apresentações de várias pessoas cujos nomes ele ainda estava memorizando... alguns ele bem gostaria de esquecer. Então, um exorcismo falho em um homem com marcas de tortura profunda, exorcismo do qual ele era o responsável. Uma luta contra as próprias pessoas que o chamaram naquele lugar, luta causada devido a atitudes que ele julgou como insanas: oferendas ao demonio, pactos sendo buscados com a criatura, palavras escritas em sangue em paredes, heresias e mais heresias soterravam aquele grupo e, em meio a estes pensamentos, o espadachin martelou seu dedo e retornou a realidade, ele não notou, mas havia inspirado e expirado sete vezes neste interim.

Passado algum tempo a igreja estava reconstruída dentro das possibilidades, ainda faltaria buscar materiais para reerguê-la por completo, recursos estavam sendo movidos pelo suposto governante da cidade, mas Justiça não sabia disto. Como uma espécie de "final de cerimonia" ele subiu até a cruz fincada no telhado do lugar e a observou silenciosamente. Abrindo um frasco com água benta, ele entornou lentamente seu conteúdo naquela cruz e observou com atenção a água evaporar. "Saudosa água, limpa esta terra suja de sangue" pensava Justiça logo então notando o céu se fechando ao longe, talvez uma resposta ao seu pedido.

Ja prontificado, a igreja era reconstruída dentro do possível em troca de comida e abrigo pelo tempo em que ele auxiliasse o local. Agora não havia material suficiente para reconstruir e ele precisava de uma nova espada. A curto prazo estas eram suas preocupações, mas a longo prazo ele estava retornando até Prontera, até a igreja de sua origem, a longo prazo ele tinha que decidir revelar todas as informações que conseguiu em Huguel ou se ocultaria a existencia destas pessoas. O que eram aquelas pessoas? Qual seria a reação delas em saber que ele tinha conhecimento das suas atividades? Porque haviam templários andando junto daqueles supostos hereges? A igreja de Prontera seria pareo contra estes homens? Ele estaria fazendo o certo em revelar tantos nomes? Todas estas dúvidas o acompanhariam em seu trajeto até Prontera. Mas no momento ele precisava iniciar um dialógo com alguem que estava barrando seu caminho saindo de Huguel...