Sacrat Cross
Mensagens : 47 Data de inscrição : 17/04/2010 Idade : 31 Localização : Guarulhos - SP
| Assunto: [Lembranças] Finados - A Angustia do Templário Ter Nov 02, 2010 11:42 am | |
| Varnion acordou cedo naquele dia, levantou olhando através da janela de seu quarto em Geffen, não estava muito contente com a visão que tinha, parecia que torre de Geffen havia simplesmente perdido a cor, e tudo o que queria naquele momento era esta junto de seus pais. Por que considerar um dia para lembrar-se dos mortos, se para ele esse dia era sempre de angustia e tristeza?
Levantou-se e vestiu sua pesada armadura legionária, presente de seus pais, se consolava um pouco por ter perdido suas manoplas para um demônio que talvez tivesse sido o primeiro a realmente lhe impor medo. Um exorcismo falho, a perseguição havia começado. Tinha medo de encontrar Caleb naquele estado novamente, mas resolveu esquecer isso e somente pensava em como seu pai estava furioso pelas manoplas perdidas. Embainhou a espada élfica e colocou a capa sobre as costas, uma coroa muito lustrosa em sua cabeça. Olho no espelho de seu quarto, o rosto desfigurado, foi a primeira vez que não lembrou do culto de Morroc, realmente sua família era mais importante do que qualquer coisa para ele.
Seguiu até a sala, onde seu Poring, renomeado de Wally e seu filhote de lobo chamado Garou aguardavam feliz por um pouco de ração. Sorriu, pegando um saco de ração para bichinho que se encontrava próximo a parede e serviu os dois, que felizes começaram a comer como se fosse um dia comum para ambos. Varnion se abaixou e acariciou Garou, que balançava como louco o pequeno rabinho onde uma fita branca estava amarrada.
Abriu a porta e viu seu velho irmão, amigo. Seu Grand Peco com a cabeça deitada no chão já sabia para onde iriam hoje, estava acostumado e sentia a mesma emoção que o templário, seu dono e seu amigo. Levantou-se tristonho e lambeu a mão do elfo, que logo lhe deu um agrado com ração e carinho.
- É meu amigo, sente saudades deles também, não é?
O Grand Peco entendia tudo o que seu mestre lhe dizia, estava com Varnion desde que era um simples ovo, depois um Picky, um Condor e um PecoPeco, hoje era um velho e respeitoso Grand Peco que acenava com a cabeça concordando com a pergunta do templário. Deixou o mesmo subir em sua cela e começou a correr rapidamente em direção oeste de Geffen. Estavam a caminho de Prontera, ou melhor, da Abadia dos Monges.
Seguiam sem ao menos parar para pedir informação, já sabiam aquele caminho de cor de tantos anos que até La dirigiam. A única parada que a viagem possuiu foi para comprar um grande buque de rosas, suas favoritas, mas logo já estavam de volta a estrada correndo como se fossem parte do vento.
Forçava os punhos ao lembrar das cenas do passado, se ele tivesse feito algo esse dia não se repetiria tantas e tantas vezes tão cedo. Chegavam ao portal da Abadia, onde uma linda elfa de longos cabelos dourados aguardava. Era Isilië, Irma de Varnion, uma bela sacerdotisa exorcista que vivia na abadia desde o acidente com seus pais.
Em um salto, desceu do Grand Peco e observou a irmã bater continência e logo sair correndo para seus braços, cheia de lagrimas nos olhos. Não era surpresa, era normal acontecer aquilo, pois ela também havia testemunhado o assassinato de seus pais, e demonstrava o quanto os amava através de lagrimas. Varnion a consolava com carinho, talvez fossem os últimos de sua família, lembrava de Drakan “O Primordial”, o verdadeiro culpado de tudo.
Seguiram os três por entre os prédios da Abadia, muito silencio reinava naquele lugar em dia de lembrança aos mortos. Chegaram a um cemitério pouco movimentado, onde algumas pessoas choravam a perda de seus entes queridos. Seguiram a três túmulos no fundo do cemitério, estava cheio de rosas, Isilië sempre visitava aquele lugar.
Varnion colocou o buque sobre o tumulo de sua mãe Sahory Cross. Estavam ali também os túmulos de Lucario Guinefort e Acinorev, que a pesar de ser somente sua tia, havia cuidado dos dois por toda a vida.
Os dois caíram de joelho em lagrimas e um velho falcão pousou sobre o tumulo de Lucario.
A Cena não saia da cabeça de Varnion:
- Citação :
“Varnion e Isilië avistavam dois cavaleiros de Rune-Midgard se aproximando da aldeia quase deserta dos elfos em Geffenia. As duas crianças correram rapidamente para casa onde seus pais, dois paladinos de grande poder estavam a conversar sentados no sofá. Isilië foi logo se apressando:
-Papai, Papai! Eu vi dois PecoPecos com dois moços! Pede um para mim!
-Eu também quero um papai!
Lucario olhou espantado para Sahory, havia tempos que a cidade não recebia visita de humanos. Desde a guerra de Glast Heim para ser mais exato, a cidade estava deserta e era constantemente atacada por demônios.
Sahory levantou-se apressada e pegou as crianças, levando-as para dentro de um velho armário de roupas na sala, beijou a testa dos dois e disse:
-Aconteça o que acontecer não saiam daqui, Varnion proteja sua irmã, caso aconteça algo quero que peguem nossos Grand Pecos e sigam para Geffen entendeu?
Varnion apenas balançou a cabeça.
-O que vocês vão fazer mamãe? – Perguntou a pequena elfa.
Sahory apenas sorriu e fechou a porta do armário, seguindo para junto de seu marido, que lhe entregou a espada hoje usada por Varnion.
A porta voou com uma estocada do cavaleiro e acertou em cheio o paladino que seguia com a espada para próximo dela, sendo arremessado para o chão. Sahory entrou em guarda esperando o ataque dos cavaleiros. Os dois cavaleiros entraram pela porta, um com lança, próximo ao paladino caído e outro com uma espada matadora.
Varnion abriu uma pequena brecha na porta e observou a movimentação. Isilië tentava se esconder mais ainda em meio as roupas e tentava levar o pequeno elfo consigo, mas ele era mais forte do que ela e continuava ali.
O Cavaleiro com lança, ao ver que os dois eram elfos, simplesmente penetrou o peito de Lucario com a mesma, que não pode fazer nada para se defender.
Sahory em um grito lançou um grande Crux Divinum no cavaleiro, que foi arremessado pra fora da casa. Porem, o outro cavaleiro partiu para cima dela brandindo a espada, ela fazia o possível para aparar os golpes do cavaleiro e esperava uma brecha para acertar um ritual de sacrifício no mesmo.
Varnion via o sangue escorrendo pelo chão, era o sangue de seu pai que parecia não respirar mais, não demonstrava nenhum sinal de vida. Seus olhos se encheram de lagrimas e fúria, porem não desobedeceria sua mãe, ficou por La.
O Cavaleiro que havia sido arremessado voltou, e observou em como a paladina se movimentava, puxou a lança do peito de Lucario e riu.
Brandiam ferozmente suas espadas em direção ao inimigo, tanto Sahory quanto o Cavaleiro estavam determinados, foi quando ela percebeu o que fazer e com um impacto explosivo empurrou o cavaleiro para trás e logo em seguida atingiu seu braço com a espada.
Varnion ao ver a cena sorriu, sabia que sua mãe já estava com a vitória em mãos e logo poderia sair dali para ajudar seu pai. Isilië continuava escondida em meio a um grande casaco de peles, parecia estar brincando de casinha em meio a tantas roupas de sua mãe.
Puxou a espada e sorriu para o cavaleiro que deixava o braço ferido próximo ao corpo. Porem, seu sorriso não durou muito, notou a lança que perfurava sua cintura e viu o outro cavaleiro atrás dela, empurrando cada vez mais a lança para dentro de si.
- Vocês vão pagar por isso...
Varnion sem entender o porque de sua mãe estar sangrando tanto quanto seu pai fechou a porta e começou a chorar. Foi quando ouviu o barulho da espada do cavaleiro brandindo-se no ar. Tudo o que pensava agora era em como estavam seus pais.”
Estavam mortos. Estavam na frente de seus túmulos agora, e sabia que nunca mais iria ver os dois. Talvez na guerra santa eles voltassem e lhe dariam um abraço, mas ele sabia que isso iria demorar e não tinha certeza da verdade. Abraçou sua irmã e continuou a olhar a dor da morte presente naqueles túmulos.
Era feriado de finados. | |
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xXSeanXx
Mensagens : 131 Data de inscrição : 28/05/2010 Idade : 32
| Assunto: Re: [Lembranças] Finados - A Angustia do Templário Ter Nov 02, 2010 12:06 pm | |
| Muito emocionante, essa parte da bio está na sua ficha? Não me lembro dela. Essa situação é pra marcar uma vida mesmo. E agora com o que está acontecendo com Caleb, a insegurança de Varnion é uma derrota contra o demônio que está possuindo-o. É legal ver como os personagens estão se sentindo, estou pensando em postar algo de Sean também. Ótimo texto!
Última edição por xXSeanXx em Ter Nov 02, 2010 2:19 pm, editado 1 vez(es) | |
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Sacrat Cross
Mensagens : 47 Data de inscrição : 17/04/2010 Idade : 31 Localização : Guarulhos - SP
| Assunto: Re: [Lembranças] Finados - A Angustia do Templário Ter Nov 02, 2010 12:08 pm | |
| na biografia tem sim um micro resumo da morte dos pais. Na ficha ta que eles viram os cavaleiros matando os pais, somente isso, e mais para frente na bio tem mais algumas informações que não me foram uteis na mini-fic, mas é citada. Drakan o primordial | |
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Nanah Admin
Mensagens : 160 Data de inscrição : 17/01/2010 Idade : 34 Localização : São Paulo
| Assunto: Re: [Lembranças] Finados - A Angustia do Templário Ter Nov 02, 2010 3:45 pm | |
| Foi uma ótima idéia escrever um ON sobre o feriado de finados! Gostei bastante de ler sobre as memórias do Varnion ;-;
Já pensei em escrever coisas do tipo, ainda mais porque a Maloro passa pelos menos um dia da semana dela cuidando de certos túmulos, mas sempre me falta tempo ou ânimo para isso... Adorei, Bruno /o/ | |
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| Assunto: Re: [Lembranças] Finados - A Angustia do Templário | |
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